#kategate. Aumentam as especulações em torno da Princesa de Gales

por RTP
BBC Studios via Reuters

As teorias especulativas sobre a vida da princesa Kate aumentaram ainda mais após o vídeo divulgado na sexta-feira passada sobre o seu diagnóstico de saúde. A corrente das publicações com boatos nas redes sociais anexadas com o hashtag #kategate atingiram novos máximos, ultrapassando as 400 menções.

A família real britânica é geralmente alvo de teorias da conspiração e a princesa Kate não é exceção. A ausência da Princesa de Gales durante algumas semanas da vida pública, a manipulação de uma fotografia real que o Palácio divulgou aos media, bem como a cultura de sigilo da monarquia britânica sobre uma cirurgia abdominal em janeiro, alimentaram grande parte da especulação online.

Entre os boatos nas redes sociais sobre a saúde de Kate contam-se as que postulavam que estaria secretamente morta ou em coma induzido.

A especulação passou a ser encarada com preocupação na semana passada, quando a polícia britânica foi solicitada para investigar uma alegada tentativa de acesso aos registos médicos confidenciais da princesa.
Boatos nas redes
Mesmo com a declaração pública de Kate sobre um cancro, a proliferação de teorias de desinformação nas redes sociais aumentou.

A empresa que monitoriza a disseminação de hashtags e palavras-passe online, a BrandMentions, avançou que houve pelo menos 400 menções à #kategate, ultrapassando as 373 no fim-de-semana anterior.

A rede X, lidera esta corrente seguida pelo Instagram e TikTok.

Após a divulgação do vídeo oficial do Palácio de Kensington onde a Princesa de Gales revela estar a ser tratada a um cancro, foi publicado no TikTok um outro clip que afirma que a declaração da princesa “pode ter sido manipulada” ou mesmo podem ter sido usadas “imagens de Inteligência Artificial”.

Esta alegada especulação publicada no domingo foi visionada mais de 200 mil vezes. Perante tamanha difusão, a BBC emitiu um comunicado a confirmar que uma equipa da BBC Studios filmou a declaração da Princesa.

O professor de filosofia na Universidade de Warwick e especialista em teorias da conspiração, Quassim Cassam explica que é comum que a corrente de desinformação seja alimentada por evidências que a desconsidera.

“Estas pessoas não podem ser detidas porque as provas contra elas são tratadas como parte da conspiração. É por isso que são tão resilientes”, sublinha.

Para Whitney Phillips, professora assistente de plataformas digitais e ética na Universidade de Oregon, nos EUA, citado no Guardian, acredita que os utilizadores das redes sociais que promovem essas teorias podem fazê-lo apenas por diversão.

“O tipo de especulação desenfreada que acompanha esse tipo de teoria também pode ser um mistério divertido ou uma distração para os participantes, com pouca ou nenhuma consideração pelo dano ou angústia que esse tipo de especulação pode causar às pessoas envolvidas na teoria”, argumenta.
Culpa para além do online
Joe Benarroch, chefe de operações comerciais da rede X, defende que os grandes canais de comunicação devem também “assumir a responsabilidade” pela circulação de uma “narrativa prejudicial”.

“A grande comunicação social propagou excessivamente esta narrativa e, consequentemente, cada meio de comunicação deveria agora assumir a responsabilidade, expressar arrependimento e oferecer desculpas à princesa Kate e à sua família, e conceder-lhes a privacidade que merecem”, defende Benarroch.

Por sua vez, a Meta, proprietária do Instagram, garante que verifica o conteúdo viral nas plataformas que gere e atua de forma a retardar “a propagação de boatos e desinformação viral, e [direciona] os utilizadores para informações confiáveis”.

Quassim Cassam acredita que este aumento de especulações desenvolvidas em torno de Kate acabarão por diminuir à medida que os autores passem a dar atenção a outros assuntos.

Estas teorias vão “desaparecer à medida que as pessoas, com 'mentalidade conspiratória' passarem para novas teorias da conspiração”, rematou o especialista.
Tópicos
pub